Educação financeira para crianças: por onde começar?

A educação financeira está entre as matérias pautadas em projetos de lei que tentam incluí-la no currículo escolar dos alunos do Ensino Médio. Além disso, já existem propostas para que o tema seja tratado nas escolas também na educação básica.

Com a chegada do Dia das Crianças e todo o incentivo ao consumo que a data carrega, muitas famílias e educadores se perguntam como a educação financeira poderia ser abordada desde a infância.

Mas, afinal, por onde começar a tratar temas tão complexos e, ao mesmo tempo, tão importantes como finanças pessoais, orçamento, planejamento e investimento com crianças de todas as idades? Se você quer saber a resposta, continue lendo o artigo de hoje.

Por que introduzir a educação financeira na infância?

O contato das crianças com o dinheiro acontece de maneira natural desde cedo. Por que, então, a educação financeira não poderia acompanhar, naturalmente, esse processo?

Basta uma ida ao supermercado para identificarmos cenas que se repetem cotidianamente: pequenas mãozinhas segurando pacotes coloridos com guloseimas, vozes que reclamam o que querem e adultos que cedem aos pedidos ou que tentam argumentar contra a compra. Assim, os pedidos negados, normalmente são acompanhados de uma justificativa pautada na educação financeira.

Além disso, o mau comportamento financeiro do brasileiro, refletido no alto índice de inadimplência no país e na falta de controle sobre suas finanças, só reforça a ideia de que a educação financeira é uma necessidade urgente, que deve ser introduzida desde cedo.

As regras e proporções podem mudar de acordo com a idade, mas é importante que as crianças participem do orçamento doméstico e vejam nos pais um modelo de organização financeira.

Como ensinar educação financeira para crianças?

Uma pesquisa recente da University of Cambridge revelou que as crianças formam boa parte dos seus conceitos e hábitos financeiros até os 7 anos de idade. Portanto, educá-las desde cedo sobre a importância de cuidar do próprio dinheiro pode ajudar a estabelecer uma relação saudável com o dinheiro na vida adulta.

Para ajudar você neste processo, listamos a seguir, 5 dicas para começar a educação financeira na infância.

1. Explique de onde vem o dinheiro

Quem nunca ouviu aquela famosa frase: “você acha que o dinheiro dá em árvores?” Pois é, pode parecer óbvio, mas algumas crianças ainda não entendem a lógica financeira e econômica. Por isso, o primeiro passo na educação financeira é explicar que o dinheiro é fruto de um trabalho e que ele não é infinito, mas pode acabar muito rapidamente se não for bem investido e administrado.

Uma boa experiência prática para a criança, seria acompanhar o pai ou a mãe ao trabalho por um dia. Conhecer as tarefas que são desempenhadas pelo adulto para obter o dinheiro pode tornar a ideia da gestão financeira mais palpável. Assim, ela entenderá mais facilmente que os recursos são conquistados com esforço e aprenderá a valorizar o trabalho.

2. Ofereça alguns pagamentos por tarefas

Uma vez conhecido o valor do trabalho, que é fonte de renda, para que a criança possa começar a viver isso na prática, você pode oferecer pequenos pagamentos por tarefas cumpridas. Afinal, mesmo em casa, há muito trabalho a ser feito e a colaboração de todos os membros da família é importante.

Por isso, alguns pais gostam de adotar a periodicidade de uma mesada mensal ou semanal. Já em outros casos, os adultos preferem recompensar a criança por cumprir o combinado, como arrumar a cama, tirar boas notas na escola ou lavar a louça do almoço todos os dias.

Independentemente da metodologia escolhida, a educação financeira consiste, nesse sentido, em mostrar o esforço que é necessário para a obtenção do dinheiro. Além disso, a periodicidade com que o pagamento é feito também exigirá que a criança saiba guardar o dinheiro e economizá-lo até o próximo pagamento.

3. Ensine a criança a economizar

Muitas vezes, a educação financeira pode começar de forma muito simples, com um cofrinho, por exemplo. Essa estratégia funciona, especialmente, com crianças pequenas, pois elas adoram guardar moedas. Neste caso, você pode explicar o valor do dinheiro e estabelecer uma data para que o cofrinho seja aberto. Dessa forma, a criança será incentivada a economizar e valorizar o dinheiro ali depositado.

Além disso, em todas as idades é importante criar a consciência de que guardar parte do dinheiro é algo imprescindível. A conquista de objetivos futuros depende dessa organização e disciplina também.

4. Seja um exemplo

Como em todos os princípios educativos, a educação financeira também depende muito do exemplo demonstrado. Por isso, de nada adianta ensinar as crianças a economizar e fazer boas escolhas, se os pais não praticam isso e tem um comportamento prático irresponsável com o dinheiro. O exemplo familiar exerce uma influência muito maior do que qualquer outra didática aplicada.

Assim, fique atento para não fazer uma associação entre felicidade e consumismo desenfreado, por exemplo, através da maneira como você lida com o dinheiro. Além disso, faça boas escolhas na hora de investir o seu dinheiro. Se precisar de ajuda, conte com a MatchMoney para fazer seu investimento render muito mais com segurança.

5. Estabeleça metas e evite o desperdício

Até mesmo as crianças menores já têm certos desejos de consumo e para que elas sejam capazes de alcançá-los é importante que aprendam a estabelecer metas, de curto e longo prazo. Nesse sentido, além de economizar, a educação financeira deve ensiná-la também a não desperdiçar seu dinheiro com bobagens ou coisas que podem atrasar a conquista de suas metas.

Com todas estas dicas, você já tem um caminho seguro para iniciar a educação financeira das crianças desde a infância.

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