Redação MatchMoney
2 anos atrás
3 min de leitura
A renda fixa foi o melhor investimento do primeiro semestre de 2022. A instabilidade do mercado financeiro, aliada aos inúmeros fatores que colocaram os juros em alta no país e no mundo, causou uma aversão ao risco em muitos investidores. Assim, os produtos de renda fixa ganharam valorização e grande adesão em muitas carteiras.
Além disso, este cenário econômico fez com que muitos investidores de renda variável migrassem para renda fixa. Por isso, olhando para o desempenho da renda fixa no primeiro semestre, podemos ter uma projeção do que irá acontecer no restante do ano. Com a chegada do período eleitoral no segundo semestre, o investidor deve se preparar para um novo período de grande volatilidade e instabilidade no mercado financeiro.
Se você quer entender mais sobre o motivo pelo qual a renda fixa foi o investimento mais rentável do primeiro semestre e as perspectivas do mercado daqui por diante, continue lendo o artigo de hoje.
Você verá nesse conteúdo:
O desempenho da renda fixa no mercado financeiro, durante o primeiro semestre de 2022, foi extremamente positivo. De acordo com uma pesquisa realizada pela Yubb, a renda fixa foi a única classe de ativos que conseguiu entregar rentabilidade positiva nos primeiros seis meses do ano.
Além disso, com a alta dos juros, os produtos conseguiram oferecer uma rentabilidade elevada com uma carga de risco baixa. Assim, este é o principal motivo que leva a renda fixa a ganhar o título de melhor investimento do primeiro semestre do ano.
As debêntures e os títulos pós-fixados – atrelados às taxas Selic e CDI – foram os protagonistas da lista de mais rentáveis. Nesse sentido, elas obtiveram um retorno bruto médio próximo de 6% ao ano.
Os títulos Tesouro IPCA, por exemplo, disponíveis para compra no Tesouro Direto, voltaram a pagar 6% ao ano mais IPCA. Ativos e títulos de CDI, CDB, Tesouro Selic e Tesouro prefixado também estão entre os mais rentáveis do semestre, ocupando os primeiros lugares das tabelas.
O aumento da taxa básica de juros, a Selic, foi o principal fator que desencadeou o resultado e colocou a renda fixa em alta. A taxa Selic é, sobretudo, a principal ferramenta do Banco Central para controlar a inflação no país. Portanto, quando ela sobe, todas as outras taxas sobem também, inclusive as taxas de investimentos atrelados a ela, como é o caso de muitos ativos de renda fixa.
Assim, a alta da taxa Selic faz com que o rendimento de investimentos ligados a este indicador subam por consequência. No entanto, a forma como os ativos de comportam frente a essa alta pode ser diferente de acordo com o prazo de vencimento e a sua liquidez.
Os títulos de curto prazo, por exemplo, foram os mais valorizados, pois a medida do Banco Central transmite a mensagem de credibilidade, afinal, a ação foi tomada com o objetivo de combater a inflação. Se por um lado isso eleva a confiança do mercado e valoriza os produtos de renda fixa, por outro, a expectativa a longo prazo não é otimista. O contexto das eleições aliado à alta dos juros norte-americanos deixam uma impressão negativa no mercado, fazendo com que os produtos de longo prazo percam o valor.
Se a renda fixa foi campeã, a renda variável ficou com um desempenho abaixo da média. Nesse sentido, a Ibovespa, como principal índice da Bolsa brasileira, representa as ações mais negociadas, reunindo as empresas mais importantes do mercado de capitais.
No primeiro semestre, a Ibovespa caiu 6% e a queda se deu, de acordo com a B3, em função da alta dos juros nos Estados Unidos, da inflação insistente e da volatilidade potencializada pelo ano eleitoral no Brasil. Assim, muitos ativos de renda variável, como as criptomoedas, tiveram quedas vertiginosas nos seus rendimentos.
Dólar, ouro e bitcoin foram considerados os piores investimentos da renda variável no primeiro semestre de 2022.
Se o primeiro semestre foi dominado pelos altos rendimentos da renda fixa, o segundo semestre parece apontar para o mesmo caminho. A dinâmica de aumentos da taxa Selic pode estar chegando ao fim, mas, no resto do mundo, a tendência é que os juros continuem subindo.
Além disso, embora a inflação comece a ser controlada no Brasil, para que o equilíbrio seja retomado, os juros básicos precisam ser mantidos elevados por algum tempo. A questão da inflação é complicada e não há previsão de uma queda abrupta na taxa de juros.
Assim, a renda fixa continua sendo atrativa para os investidores, pois as expectativas do mercado são boas e muito mais seguras do que a volatilidade que assombra a renda variável.
O cenário e o contexto econômico atual apontam que este é um excelente momento para quem deseja começar a investir em renda fixa. Com a valorização dos ativos e a rentabilidade alta, não há motivos para deixar estes produtos fora da sua carteira.
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